Agência CNJ de Notícias
O Bacenjud, sistema que interliga o Poder Judiciário ao Banco Central
e as instituições financeiras, passará por uma série de aprimoramentos
para dar mais segurança e efetividade às decisões judiciais de penhora
de valores financeiros. Foi o que decidiu, na última terça-feira (10/6),
o Comitê Gestor do Bacenjud, durante reunião na sede do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília/DF.
Operado pelo Banco Central, o Bacenjud foi criado para agilizar a
solicitação de informações e o envio de ordens judiciais ao Sistema
Financeiro Nacional. Por meio dele, os juízes, com senha previamente
cadastrada, preenchem formulário eletrônico requisitando informações ou
determinando bloqueio de valores necessários à efetividade dos processos
judiciais. A partir daí, a ordem judicial é repassada eletronicamente
para os bancos, reduzindo o tempo de tramitação do pedido de informação
ou bloqueio e, em consequência, dos processos.
O Comitê Gestor do Bacenjud, criado para facilitar a comunicação
entre o Poder Judiciário e as instituições financeiras, tem a atribuição
de acompanhar o desenvolvimento do sistema e oferecer subsídios para
seu aprimoramento.
Os aprimoramentos definidos nesta terça-feira incluem alterações no
Bacenjud para permitir o bloqueio de valores financeiros com o
lançamento apenas dos oito primeiros números do CNPJ da empresa titular
da conta bancária a ser bloqueada. Hoje, para a realização do bloqueio, é
preciso lançar no sistema a íntegra do CNPJ da empresa e de cada uma de
suas filiais, sempre com 14 números. Com esse aperfeiçoamento, que foi
inicialmente estimado para entrar em funcionamento em nove meses, será
possível bloquear as contas de todo o conglomerado empresarial sem
precisar informar o CNJP da matriz e de cada uma das filiais.
Também foi definido na reunião o desenvolvimento de módulo dentro do
PJe (Processo Judicial Eletrônico) para que esse sistema comunique
direta e eletronicamente às instituições financeiras as ordens
judiciais, sem a necessidade de o magistrado (ou servidor) entrar e
digitar dados em outro sistema.
Além disso, o Comitê Gestor
concluiu discussões sobre a implantação de nova versão do Bacenjud, em
fase final de homologação. Ela entrará em vigor no mês de julho e
contemplará o acesso mediante certificado digital e possibilidade de os
magistrados delegarem atribuições a determinados servidores, a exemplo
do que já ocorre nos sistemas Renajud e Infojud.
Outra novidade, prevista para 2015, é a inclusão das cooperativas de crédito no rol das entidades destinatários do Bacenjud.
Segundo o Comitê Gestor, haverá alterações no regulamento do Bacenjud
e a edição, pelos órgãos competentes, de normas a serem cumpridas pelas
instituições financeiras.
A reunião do Comitê Gestor do Bacenjud teve a participação do
conselheiro do CNJ Rubens Curado; do secretário-geral adjunto do CNJ,
Marivaldo Dantas; do juiz auxiliar da Presidência do Conselho Carl Olav
Smith; e de representantes dos diferentes ramos do Judiciário, do Banco
Central e da Febraban, entre outros.
No ano passado, 4,3 milhões de ordens de bloqueio de valores
tramitaram pelo Bacenjud. O montante bloqueado em cumprimento às
decisões judiciais foi de R$ 24,4 bilhões.
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